CANUDOS: UM LEGADO PARA SEMPRE!
Faz 128 anos que Canudos-BA, visualizado por sua Guerra, passou a ser o protótipo mais-que-perfeito de uma bravura sem igual: RESISTIR E NÃO SE RENDER. Essa maneira de agir só pode realmente ser compreendida por quem, na verdade, tem a exata dimensão da grandeza da LIBERDADE.
Apesar de já ter se passado longo lapso temporal do epílogo da Guerra de Canudos, importa observar que muitos métodos usados àquela época ainda continuam sendo postos em prática nos dias atuais; um deles é o fato da mídia tradicional, forjada por escribas de almas vendidas e de penas alugadas, fazer uso de notícias falsas e criminosas a respeito da pessoa de ANTÔNIO CONSELHEIRO, bem como em relação às figuras daqueloutros personagens que, por qualquer paralelo equivalente, ousaram ou ousam imitá-lo.
Por outro lado, não se pode esquecer que a história marginal, desviada dos fatos reais a respeito de Canudos, da Guerra e do Líder, é coautora do mesmo crime literário, pois cuidou de repaginar e oficializar a versão da farsa criada pela mídia tradicional, a qual sempre foi cooptada pela elite do atraso e, em afinado conluio, juntas, concomitantemente, sempre trabalharam e trabalham contra os interesses das massas populacionais brasileiras mais carentes, que infelizmente ainda não despertaram para si.
A farsa, indubitavelmente, foi o pano de fundo para o massacre do contexto social da Canudos promissora, e como os efeitos disso vêm se protraindo no tempo, ainda se está diante de um flagrante delito a ser exemplarmente punido, fazendo-se necessária a urgente ação de um Tribunal competente, independente e imparcial para julgar toda essa literatura criminosa.
A Academia Brasileira de Letras, Artes e Ciências da Caatinga (ABLACC), a partir da quadragésima primeira Celebração pelos Mártires de CANUDOS, que realizar-se-á de 3 a 5 de outubro de 2025 -, por não ser diferente, insere-se nesse contexto histórico para marcar presença e participar do grandioso evento que anualmente se repete. Assim, será sempre oportuna e bem-vinda qualquer manifestação de cunho cultural feita pelo Corpo da ABLACC referente à celebração anunciada.
Em conclusão, vale citar trechos da letra escrita por IVANILDO VILANOVA e SEVERINO FEITOSA:
” Num deserto profundo e sem ter fronte
Já surgiu um regime igualitário
Onde um justo já sexagenário
Fez erguer a cidade de Belo Monte
Para então vislumbrar um horizonte
Sem maldade, sem crime e sem dinheiro
Sem bordel, sem fiscal, sem carcereiro
Mas, foi morto e tombado por selvagem
A história fará sua homenagem
À figura de Antônio Conselheiro
[…]
Mas talvez que no ano de dois mil
Esse nosso Nordeste brasileiro
Seja outra Canudos por inteiro
Mais gente, mais garra e mais coragem
A história fará sua homenagem à figura de ANTÔNIO CONSELHEIRO.”
A Guerra de Canudos sempre será um capítulo à parte para todo o universo da literatura mundial. Trata-se de um fato sui generis – único em sua espécie. É preciso muita conscientização por parte das massas exploradas, bem como bastante resistência popular nos foros competentes; do contrário, tudo pode acontecer novamente, pois como muito bem, em célebre frase, assevera KARL MARX: “A história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa.”
Salvador-BA, 2 de outubro de 2025.
NESTOR PEREIRA DA COSTA
Diretor de Cultura da ABLACC